segunda-feira, 5 de junho de 2017

Quatro maneiras como a pobreza pode afetar o cérebro

A interface cultura-biologia é sempre um tema complexo, polêmico e arriscado. A chance de escorregar em reducionismos e simplificações indevidas é enorme - especialmente em um momento em que muitos parecem querer evitar reflexões mais complexas em favor de palavras de ordem e respostas fáceis. A questão desta matéria parece ser especialmente importante em uma cidade como São Paulo, onde (ainda) se concentra uma enorme população de pobreza violenta - e que, dadas as inclinações dos nossos governantes atuais, só tende a se agravar - e que também tem sido mostrada, recentemente, como uma das cidades com maior concentração de pessoas portadoras de distúrbios psíquicos/psiquiátricos. Há exatamente um século atrás, a discussão científica nesse tema estava no tamanho da influência da hereditariedade ("raça") ou das condições de saúde ("higiene") na suposta "degenerescência" da população. Não precisamos retomar essa linguagem higienista-eugenista, mas a discussão de como condições extremas de sobrevivência ameaçam não apenas o bem-estar e o conforto das pessoas é fundamental. Até para desmontarmos os argumentos rasos de que pobreza é uma questão de "preguiça", "vagabundagem" e outros chavões do discurso da "meritocracia" (com muitas aspas)...

Neurociência tenta estabelecer vínculo direto entre situação precária de vida e deterioração cerebral....

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