Recentemente tenho tido a oportunidade de assistir a vários vídeos muito interessantes sobre São Paulo: documentários produzidos às vezes para o cinema mas, na maioria das vezes, produzidos diretamente para divulgação via internet e afins. Documentários de conclusão de curso, matérias jornalísticas, não importa. São muito interessantes e instigantes, fomentando muito boas discussões.
Dois deles, em especial, me chamaram a atenção. Um deles se chama "Entre Rios", e conta a história da urbanização de São Paulo sob a ótica da relação da cidade com seus rios (especialmente o Tietê e o Tamanduateí), e de como os sacrificamos em favor das avenidas de fundo de vale numa lógica rodoviarista de ocupação, expansão e organização do espaço urbano. Vale a pena conferir:
Um outro video, que também questiona a prioridade do automóvel na cidade é o documentário "Sociedade do Automóvel". Este não tanto pelo lado da história mas de uma espécie de etnografia dos usuários de transportes coletivos da cidade e sua luta para não ter carro numa cidade que parece obrigar todo mundo a tê-lo. Não sei ainda por quanto tempo o Google Video vai continuar no ar, mas enquanto não sai dá para ver o vídeo aqui.
Este post fica por aqui, mas quem tiver outras sugestões, por favor deixe seu comentário!
E até a próxima
Arquitetura, urbanismo, urbanidades e outras coisas que dizem respeito às cidades. Pesquisa e ensino em História, Teoria e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
Bertolt Brecht
Este poema é intitulado "A Cronos", e faz parte dos "Poemas de um manual para habitantes das cidades".
Não queremos sair de sua casa
Não queremos destruir o fogão
Queremos por a panela no fogão.
Casa, fogão e panela podem permanecer
E você deve desaparecer como a fumaça no céu
Que ninguém segura.
Quando quiser se apegar a nós, iremos embora
Quando sua mulher chorar, esconderemos o rosto no chapéu
Mas quando vierem buscá-lo nos apontaremos para você
E diremos: deve ser ele.
Não sabemos o que virá, e nada temos de melhor
Mas a vocês não mais queremos.
Antes que se vá
Vamos cobrir as janelas, para que não amanheça.
Às cidades é permitido mudar
Mas a você não é permitido mudar.
As pedras queremos persuadir
Mas a você queremos matar
Não deve viver.
Não importa em que mentiras temos que crer:
Você não pode haver sido.
(Assim falamos como nossos pais).
Não queremos sair de sua casa
Não queremos destruir o fogão
Queremos por a panela no fogão.
Casa, fogão e panela podem permanecer
E você deve desaparecer como a fumaça no céu
Que ninguém segura.
Quando quiser se apegar a nós, iremos embora
Quando sua mulher chorar, esconderemos o rosto no chapéu
Mas quando vierem buscá-lo nos apontaremos para você
E diremos: deve ser ele.
Não sabemos o que virá, e nada temos de melhor
Mas a vocês não mais queremos.
Antes que se vá
Vamos cobrir as janelas, para que não amanheça.
Às cidades é permitido mudar
Mas a você não é permitido mudar.
As pedras queremos persuadir
Mas a você queremos matar
Não deve viver.
Não importa em que mentiras temos que crer:
Você não pode haver sido.
(Assim falamos como nossos pais).
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